quinta-feira, 5 de março de 2015

Síndrome do piramidal

Síndrome do piramidal.
A síndrome do piramidal é uma disfunção neuromuscular causada pela compressão ou irritação do nervo ciático pelo músculo piramidal. O músculo piramidal é um músculo alongado, em forma de pirâmide, localizado no fundo dos nadegueiro, e que se estende desde a base do sacro até ao topo do fémur.

O nervo ciático passa muito próximo desse músculo e, em algumas pessoas (cerca de 10-20% da população), passa directamente através das fibras musculares. Se o músculo piramidal ficar tenso ou formar um ponto-gatilho doloroso, pode exercer pressão sobre o nervo ciático e causar dor que pode irradiar para baixo pela perna, vulgarmente conhecida como dor ciática.
Esta síndrome é geralmente causada por uma lesão traumática nas nádegas ou na região da anca. Outra causa comum da síndrome do piramidal é ter músculos autores (face interna da coxa) demasiado tensos. Isto faz com que os abdutores não funcionem correctamente, colocando assim mais pressão sobre o piramidal.
Sinais e sintomas/ Diagnóstico.
Sensibilidade à palpação na área do músculo.
Dor nas nádegas que se poderá estender à lombar.
Dor, formigueiro ou dormência que se irradia para baixo pela parte de trás da perna, geralmente pelos isquio-tibiais e às vezes até à barriga da perna.
É comum a dor ser inicialmente confundida com uma distensão muscular ou tendinopatia na origem dos isquio-tibiais. No entanto, estes músculos não estarão sensíveis ao toque.
Reduzida amplitude de movimento da articulação da anca, especialmente em rotação interna.
Padrão de marcha característico
Uma boa avaliação, incluindo uma história clínica e exame atento da coxa e lombar (incluindo exame neurológico) são geralmente suficientes para diagnosticar uma ruptura muscular. Uma ecografia ou RM podem ser pedidas para confirmar o diagnóstico e avaliar a extensão da lesão.
Tratamento.
As síndromes do piramidal geralmente respondem positivamente a um programa adequado de fisioterapia. No tratamento deve ser incluído:
Descanso: Evite caminhar ou estar muito tempo de pé. Se tiver de o fazer utilize canadianas. Evite a actividade que causou os sintomas.
Uso do calor húmido e/ou ultra-som antes do alongamento do músculo piramidal.
Alongamento estático do piramidal, mas também do iliopsoas, tensor da fáscia lata e glúteos.
Massagem de mobilização dos tecidos na região glútea pode ajudar a diminuir a tensão da musculatura afectada e reduzir a irritação do nervo ciático.
Técnicas de libertação miofascial para o músculo piramidal.
Aplicação de gelo e TENS após o exercício ou terapia manual, ajudando a diminuir a dor e a inflamação que podem ter sido provocadas pelo alongamento ou massagem.
Dependendo dos resultados da avaliação clínica poderão ser aplicadas técnicas de mobilização articular da articulação sacro-ilíaca e das vértebras lombares.
Indicação de um plano de exercícios para realizar em casa, que inclua fortalecimento e alongamento muscular.


É fundamental que os alongamentos sejam feitos de forma suave e progressiva, de forma a evitar o estiramento excessivo e possível aumento da irritação do nervo ciático.
Se os sintomas não aliviarem com o tratamento conservador, uma cirurgia para libertação da fáscia e do tendão muscular poderá ser tentada.
Exercícios terapêuticos para a síndrome do piramidal
Os seguintes exercícios são geralmente prescritos durante a reabilitação de uma síndrome do piramidal. Deverão ser realizados 2 a 3 vezes por dia e apenas na condição de não causarem ou aumentarem os sintomas.
Alongamento da inserção dos isquio-tibiais e glúteo.
Deitado, com o fundo das costas bem apoiado e as mãos no joelho. Tente chegar o joelho o mais próximo do peito possível. Alivie lentamente a pressão.
Repita entre 5 e 10 vezes, desde que não desperte nenhum sintoma.
Alongamento do grande glúteo
Coloque-se apoiado nos cotovelos e joelhos. Avance o joelho da perna a alongar na direcção do ombro do lado contrário, o pé fica virado para dentro. Aproxime o mais possível o joelho do peito. Mantenha a posição durante 20 segundos
Repita entre 5 a 10 vezes, desde que não desperte nenhum sintoma.
Antes de iniciar estes exercícios você deve sempre aconselhar-se com o seu fisioterapeuta.



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